Apetece-me falar de algo, que na sua maioria não se consegue falar nem ser descrito, mas que a mim hoje apetece-me divagar sobre o assunto. Quando tudo começa apenas por uma simples química entre duas pessoas e vai crescendo até onde queremos e deixamos. Aquele friozinho que se sente na barriga, outros que chamam as famosas borboletas, eu cá prefiro ficar-me pelo frio, a ideia de ter borboletas a esvoaçar na minha barriga não me soa nada agradável, lá por ser um bichinho bonito, não me inspira confiança. Continuando.. os sorrisos parvos na cara, as gargalhadas, não de riso mas de nervosismo, daquele nervosismo miudinho de quem está a sentir algo e não sabe como lidar com ele. Os olhares inconstantes de quem quer dar a entender mas que ao mesmo tempo quer esconder tudo o que sente. O brilho, aquele brilho especial lá no fundo que podemos ver se olharmos bem lá dentro, na qual esse mesmo brilho vai aumentando e deixando a pessoa com um aspecto diferente. Aspecto esse que cada vez se torna mais notório à medida que tudo se vai desenvolvendo. A timidez que se ganha e parece ficar durante algum tempo. O bater mais forte do coração cada vez que pensamos,vemos,falamos ou tocamos na pessoa. Os suspiros de quem se quer controlar. O tremer, de pernas,braços e do corpo todo. Aquela sensação que nos percorre as veias todas direccionadas ao coração. E a dor, a dor de sentir algo tão forte sem controlo, sem explicação, sem sentido mas que faz doer sempre. A dor que ninguém fala mas que toda a gente sente, a dor de sentir tanto ao mesmo tempo e não saber lidar. A dor boa que toda a gente gosta. Isto tudo dói, dói porque entra, dói porque sabe bem, dói porque descontrola, dói porque faz-nos viver, dói porque nos altera.
Há uma música do Abrunhosa, nos seus tempos de sucesso (sim para mim,que gostava dele) que fala assim:
"Amor, essa palavra que me mata
me corta (como uma faca)
me deixa no chão, como um cão
nú sem sossego, como o prazer que te nego.
Dor, cativa, privada,
bruma que te cobre o corpo de fada,
sonho, distante na mente
e de repente, saber que se esta só.
é duro, é puro, o futuro,
sempre presente como o céu na tua frente
pintado, queimado, vazio assumido
um corpo triste despido
e uma mão que se estende,
depende de quem vier
e é mesmo assim que se quer.
Longe ou perto,
tudo é deserto
Tudo é montanha que te arranha a alma
com fúria, com calma... "
Nunca me esqueci desta letra,desta música, para mim a melhor discrição daquilo que é o que se diz indescritível e que só pode ser sentido.
E é esta a dor que falo e que ninguém a admite como tal. Esta dor!
Quem já amou sabe do que falo, sente o que digo, quem já amou consegue dizer que estou errada, quem já amou identifica-se com o que digo, concorda comigo, quem já amou tem uma outra explicação, quem já amou sabe o que é o amor.
E quem não amou? E quem não sabe? Será que entende? Será que percebe? Será que consegue tirar algo de tudo isto?
É apenas e só uma explicação, um relato, um conto, uma história, um texto, é aquilo que se quiser, basta ler e interpretar. É só por si a minha maneira de ver, de ter sentido e de ter vivido.
sábado, fevereiro 27, 2010
Não é paixão, é amor!
Postado por Wildy à(s) 09:59
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4 comentários:
Belo post gostei, deveria escrever mais!
Adorei =)
Uma das descrições mais vagas(no bom sentido da palavra) e mais completas do que é o amor! Afinal... não tem como explicar! Amei.
Olá!!! Adorei seu blog! Parabéns! Essa reflexão sobre o que é o amor me deixou sentimentos que não posso explicar. Mas sei bem do que você está falando! Gostei muito!
Andreia Sieczko
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