quarta-feira, janeiro 18, 2006

Dilema

Quantas e quantas são as vezes em que fico parada sem conseguir chegar a um ponto na minha cabeça.
Umas vezes quero lutar porque puxa por mim e dá-me adrenalina. Outras quero ficar parada no tempo como se ele não avançasse,quero ficar parada,sossegada a olhar para nada. Sem pensar em algo em concreto.
Quero ser aquilo que não sou mas ao mesmo tempo amo quem sou.
Há dias como o de hoje,que me apetece ficar a olhar,ver o tempo correr. Ver caras,ver sentimentos,ver sorrisos,ver lágrimas... Qualquer coisa desde que não seja minha.

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

Florbela Espanca

Deixei-vos aqui este poema da minha querida Florbela Espanca,que no meu ponto de vista consegue caracterizar os momentos que às vezes passo. Por isso neste momento consegue esse efeito. Caracterizar o meu "eu".

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